domingo, 31 de julho de 2016

Vacina contra Febre Amarela
Sua vacinação contra febre amarela está em dia? São Carlos é área de transição para o risco de febre amarela. Segue pesquisa sobre segurança da vacina contra febre amarela em pacientes com insuficiência renal dialítica, realizada no Serviço de Nefrologia de São Carlos:
http://www.ijidonline.com/article/S1201-9712(16)31060-8/abstract

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Relatório sobre a situação da febre amarela - Organização Mundial da Saúde - 15 de julho de 2016

Um surto de febre amarela foi detectado em Luanda, Angola no final de dezembro de 2015. Os primeiros casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) na África do Sul em 19 de Janeiro de 2016 e pelo Instituto Pasteur de Dakar (IP-D) em 20 de Janeiro. Subsequentemente, um rápido aumento no número de casos tem sido observado.

Resumo:

Angola: 3625 casos suspeitos

Em Angola, a partir de 08 de julho de 2016 um total de 3625 casos suspeitos foram notificados, dos quais 876 são confirmados. O número total de mortes relatadas é 357, dos quais 117 foram relatadas entre os casos confirmados. Os casos suspeitos foram relatados em todas as 18 províncias e casos confirmados foram notificados em 16 de 18 províncias e 80 de 125 distritos de relatórios.

Foram iniciadas campanhas de vacinação em massa em Luanda, agora estendidas para cobrir a maioria das outras áreas afetadas de Angola. Recentemente, as campanhas se concentraram em áreas de fronteira. Apesar dos esforços de vacinação a circulação do vírus persiste.

República Democrática do Congo: 1798 casos suspeitos

Além do aumento no número de casos suspeitos relatados recentemente, não há atualizações sobre a situação epidemiológica na República Democrática do Congo (RDC). Nas últimas três semanas o laboratório nacional da RDC não conseguiu confirmar ou descartar casos suspeitos de febre amarela devido a problemas técnicos. De acordo com as últimas informações disponíveis (11 de Julho), o número total de casos suspeitos notificados é de 1798, com 68 casos confirmados (em 24 de junho) e 85 óbitos. Casos foram relatados em 22 zonas de saúde em cinco das 26 províncias. Dos 68 casos confirmados, 59 foram importados de Angola, dois são silvestres (não relacionada com o surto) e sete são autóctones.

Na RDC, os esforços de vigilância têm aumentado e as campanhas de vacinação têm-se centrado sobre as zonas afetadas saúde em Kinshasa e Kongo Central. Novas campanhas de vacinação terão início em 20 de julho, englobando a zona de saúde Kisenso na província de Kinshasa e zonas de saúde Kahemba, Kajiji e Kisandji na província de Cuango.

O risco de propagação

Dois outros países têm relatado casos confirmados de febre amarela importados de Angola: Quênia (dois casos) e República Popular da China (11 casos). Estes casos destacam o risco de propagação internacional através de viajantes não imunizados.

Sete países (Brasil, Chade, Colômbia, Gana, Guiné, Peru e Uganda) estão relatando surtos de febre amarela ou casos esporádicos não ligados ao surto de Angola.

FONTE: http://www.who.int/emergencies/yellow-fever/situation-reports/15-july-2016/en/

sábado, 9 de julho de 2016

SURTOS DE CAXUMBA: ATUALIZAÇÃO PARA PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO

A caxumba ou parotidite epidêmica é uma doença infecciosa aguda, causada pelo RNA vírus da família Paramyxoviridae, cuja principal característica é o aumento das glândulas salivares (parotidite), geralmente bilateral. A hipertrofia das parótidas pode ter outras etiologias que não levam a parotidite de forma epidêmica (1). O homem é o único hospedeiro natural conhecido do vírus, e 30 a 40% dos indivíduos infectados apresentam infecção inaparente, o que contribui para a disseminação da doença (2). A caxumba é transmitida pelo contato direto do indivíduo suscetível com a pessoa infectada por meio de gotículas de secreção da orofaringe (2). O período de incubação é de 16 a 18 dias, mas os casos podem ocorrer de 12 a 25 dias após a exposição (1,3). A recomendação de isolamento social com afastamento das atividades habituais é de 5 dias após o início do edema da parótida. No entanto, o vírus foi isolado na saliva 7 dias antes e até 8 dias após o início da inflamação (1,3). A doença pode cursar com pleocitose do líquido cefalorraquidiano, presente em mais de 50% dos acometidos, porém menos de 10% dos casos podem evoluir com sintomas de meningite viral (1). Uma complicação comumente reportada na puberdade é a orquite, que é a inflamação aguda ou crônica do testículo, e quando não tratada adequadamente pode levar a impotência ou esterilidade (4). A suscetibilidade à caxumba é geral. A doença é cosmopolita, tem comportamento endêmico nos grandes centros, com tendência a manifestar-se sob a forma de surtos epidêmicos em escolas e instituições com o agrupamento de adolescentes e adultos (2). No Estado de São Paulo, a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (SCR) foi incluída no calendário básico aos 15 meses no ano de 1992, após campanha de vacinação indiscriminada para crianças entre um e dez anos de idade. Em 2000, a SCR era administrada aos 12 meses de idade, e no ano de 2004 foi incluída uma dose de reforço entre quatro e seis anos de idade. Em 2013, a segunda dose passou a ser aplicada aos 15 meses utilizando-se a vacina SCR-Varicela (Tetraviral) (5).

A caxumba não é de notificação compulsória em nível nacional. No entanto, os surtos da doença devem ser notificados no SinanNet módulo registro de surto (4,6). Nos últimos anos, muitos países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e a Bélgica, têm se confrontado com surtos de caxumba entre escolares e com altas coberturas vacinais. Estes surtos podem ocorrer por adaptação do vírus, coberturas heterogêneas e falhas vacinais primárias ou secundárias, que são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão (7-12). Consideram-se suscetíveis, os indivíduos: a) com menos de duas doses de vacina para caxumba registradas em caderneta de vacinação, administradas a partir de 12 meses, e com intervalo mínimo de 30 dias entre elas; b) que não possuam documentação de diagnóstico laboratorial; c) que não possuam documentação laboratorial de imunidade (sorologia) (1). Consideram-se comunicantes: Todos os indivíduos que tiveram contato próximo com caso suspeito ou confirmado de caxumba no período de transmissibilidade (7 dias antes até 8 dias após o início da parotidite) (1). A PROFILAXIA PÓS- EXPOSIÇÃO ESTÁ INDICADA: 1. Comunicantes com idade entre 6 e 11 meses de idade: - Não deverão ser vacinados os comunicantes nesta faixa etária (1). 2. Comunicantes de 12 meses a 19 anos de idade: - Todos os indivíduos com idade entre 12 meses e 19 anos, devem ter duas doses de SCR (recebidas acima de um ano de idade e com intervalo mínimo de 30 dias) (5). - Crianças sem nenhuma dose de SCR deverão ser vacinadas (considerar como 1ª dose), e agendar a segunda dose com a SCR ou com a SCR – Varicela, de acordo com a idade, com intervalo de 30 dias entre as doses. Obs.: caso o indivíduo tenha recebido alguma dose da vacina SCR (tríplice viral) há menos de 30 dias, não haverá necessidade de receber a vacina durante o bloqueio.

3. Comunicantes acima de 20 anos de idade e os nascidos a partir de 1960: - As pessoas sem nenhuma dose da vacina SCR deverão receber uma dose, e agendar uma segunda dose com intervalo mínimo de 30 dias. E aquelas que já têm uma dose, deverão receber uma segunda dose com intervalo mínimo de 30 dias. É importante estabelecer um trabalho conjunto com as escolas e as universidades, no sentido de agregar parcerias, para garantir que todos os suscetíveis sejam vacinados rapidamente na ocorrência do(s) primeiro(s) caso(s) registrados, configurando-se esta a melhor estratégia de controle de surto (2). Apesar do controle rápido e efetivo do surto, alguns casos podem continuar a ocorrer entre os vacinados já infectados, ao longo das três semanas subsequentes, sendo para estes casos indicado o isolamento social (2-3).

FONTE: Equipe técnica da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória/CVE/CCD/SES-SP e Divisão de Imunização/ CVE/CCD/SES-SP, abril de 2016, São Paulo, Brasil.

http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/