segunda-feira, 15 de julho de 2019

Barbeiros com Trypanosoma cruzi em São Paulo

FONTE: Pesquisa FAPESP

Equipes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) encontraram 135 insetos transmissores do protozoário causador da doença de Chagas em municípios da Grande São Paulo nos últimos 5 anos. Desses, 30,8% estavam infestados.


Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde certificação internacional por ter eliminado a transmissão natural da doença pelo Triatoma infestans. Essa espécie está hoje restrita a regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. No entanto, atualmente a espécie de barbeiro que mais preocupa é Panstrongylus megistus, capaz de viver tanto em matas quanto em espaços domésticos. Atraído pela luz, o inseto pode entrar nas casas por portas ou janelas abertas. Os barbeiros se infestam com T. cruzi ao se alimentarem do sangue de animais que o abrigam sem desenvolver a doença, os chamados reservatórios naturais, como gambás, morcegos, tatus, macacos, preguiças, pacas, capivaras, cães e gatos.
Foram identificados barbeiros em Pirapora do Bom Jesus, a 61 quilômetros da cidade de São Paulo, e outro em Taboão da Serra, a 18 km da capital, em 2015. Nos anos seguintes foram novamente identificados em Taboão da Serra. Em 2018, foram coletados triatomíneos em Carapicuíba, Embu das Artes, Itapecerica da Serra e bairros da zona oeste de São Paulo. Em 2019, Juquitiba e Santana de Parnaíba reforçaram a lista de municípios com relatos de barbeiros.
Em Carapicuíba, os pesquisadores identificaram colônias com 57 insetos vivendo em ninhos de gambás no telhado de três casas de condomínios cercados por matas – nenhum deles estava infectado. Em Taboão da Serra, porém, 47% dos barbeiros estavam infestados com Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença de Chagas. Em uma casa em Embu das Artes, havia fêmeas com ovos embaixo do colchão sobre o qual dormiam os moradores, que não foram contaminados, de acordo com os exames feitos até agora.
Em 2018 e 2019, as equipes da Sucen registraram P. megistus em áreas próximas a matas de quatro bairros da zona oeste da capital: Jardim Amaralina, Cohab Raposo Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã. Examinando os locais de ocorrência de barbeiros nos últimos anos, concluíram que os insetos podem estar se movendo, aproveitando conexões de matas e parques, a partir da região entre as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares. 
Em 2017, foram coletados 565 adultos e 1.183 ninfas de barbeiros da espécie Rhodnius neglectus em dezenas de palmeiras das ruas e praças de Araçatuba, no noroeste do estado de São Paulo. Os barbeiros não estavam infectados, mas poderiam potencialmente se infectar ao picar animasis silvestres.




quinta-feira, 4 de julho de 2019

Situação Epidemiológica da Febre Amarela no Estado de São Paulo


Fonte: Sinan, Divisão de Doenças Transmitidas por vetores e Zoonoses/ CVE/CCD/SES-SP
03/06/2019

Todo o território paulista é considerado atualmente área de risco para febre amarela e, portanto, com recomendação de vacina. 
No ano de 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do Estado; destes, 176 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 35%.
De primeiro de janeiro de 2019 até o momento, foram notificados 545 casos suspeitos de febre amarela, sendo que 66 casos autóctones foram confirmados. Destes, 12 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 18,2% 

FIGURA 1. Municípios com comprovada circulação do vírus da Febre Amarela no Estado de São Paulo, por meio da confirmação de casos humanos e/ou epizootias de Primatas Não Humanos. Dezembro de 2018 a junho de 2019




Entre os casos confirmados, 90,9% são do sexo masculino, com mediana de idade de 39 anos (mínimo 8; máximo 87) e 61,2% são trabalhadores rurais. Este é o perfil tradicional dos casos de Febre Amarela Silvestre registrados no país.
Quanto à distribuição geográfica dos casos, 94% apresentam como local provável de infecção (LPI)  municípios do Vale do Ribeira, do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Registro. Um caso apresenta como LPI o município de Serra Negra, do GVE de Campinas e três casos tem LPI no GVE de Itapeva, nos municípios de Ribeira, Apiaí e Ribeirão Branco.

FONTE: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/famarela/2019/fa19_boletim_epid_0306.pdf