sábado, 6 de outubro de 2012

Vírus Emergentes


Atenção aos novos tipos de vírus emergentes
07/05/2012 15h06


"Com o avanço da ação do homem em áreas florestais e com o crescimento das migrações internacionais, pouco a pouco estes vírus passam a interagir diretamente com as pessoas."


Foto de um microscópio eletrônico mostrando vírus (fagos) atacando uma célula bacteriana. Obtida em http://en.wikipedia.org/wiki/Virus

A todo momento vemos notícias de novas doenças provocadas por seres microscópicos, até então desconhecidos, chamados de vírus emergentes. Tais agentes sempre existiram, mas habitavam apenas animais e ecossistemas próprios, mas isso está mudando. Com o avanço da ação do homem em áreas florestais e com o crescimento das migrações internacionais, pouco a pouco estes vírus passam a interagir diretamente com as pessoas.

Conforme Kleber Luz, coordenador da Comissão de Doenças Emergentes, Reemergentes e Negligenciadas da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), há diversas razões para uma doença ser considerada emergente. “É uma doença ‘nova’ e, em geral, o motivo de sua aparição é um desequilíbrio no ecossistema. Outra causa possível é a mutação de um agente infeccioso, como ocorreu com a gripe suína.”

Existem também as chamadas infecções reemergentes que, já conhecidas e erradicadas, voltam a apresentar ameaça à saúde humana, como é o caso da dengue – doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que hoje vem expondo novos episódios de surto.

Neste caso específico, dr. Kleber Luz atenta que há diferentes tipos da dengue, e somente o sorotipo 4 é considerado emergente no Brasil.

“A dengue é a principal arbovirose presente no país e são notificados milhares de casos da dengue 4 por ano, especialmente na região Nordeste”, alerta o especialista.

Novos vírus

Na região norte do Brasil, mais precisamente na Amazônia, foram detectados dois tipos de vírus emergentes: Oropouche e Mayaro – os mais importantes depois da dengue, que apresentam fases de surtos com até dois mil casos em alguns municípios.

“A chance de o indivíduo morrer, quando infectado por ambos os vírus, é ínfima, porém é certo de que a pessoa contaminada muito sofrerá com os sintomas, que são febre, manchas no corpo e cefaleia”, explica dr. Kleber.

Segundo ele, outro vírus importante com o qual devemos ter cuidado, porém até o momento presentes somente na Ásia – em especial na Índia – é o chamado Chikungunya.

“Há o perigo de que surtos da doença aconteçam no Brasil, justamente por ser o vetor, o mesmo mosquito que transmite a dengue”.

Já nos Estados Unidos, foi encontrado um forte vírus chamado West Nile que também apresenta a possibilidade de chegar ao Brasil, pois é transportado por aves.

“Devemos ficar atentos, pois o primeiro estágio da infecção em humanos, em 80% dos casos, não apresenta sintoma algum. Em seguida, estágios mais avançados trazem febre e patologias como meningite e encefalite”, explica.

Cuidados e tratamento

Com o crescimento da movimentação das pessoas pelo mundo, é importante que todos fiquem atentos, especialmente os infectologistas, quanto à questão epidemiológica dos casos. A primeira pergunta deve ser se o paciente viajou, tanto pelo exterior quanto pelo Brasil, e considerar a possibilidade de infecção por algum dos vírus citados anteriormente.

O tratamento é sintomático: o médico cuidará apenas dos sintomas, indicando ao paciente que fique sempre hidratado. Em casos de infecção por Chikungunya, algumas pessoas podem apresentar quadros mais graves, como artrite crônica.

“Não há vacinas para os vírus emergentes da Amazônia brasileira devido aos pouquíssimos casos encontrados. A prevenção costuma ser através de carros fumacê, indicados somente nas áreas com alto índice de manifestação de mosquitos.”

Já para a dengue, uma série de estudos sobre vacinas está sendo desenvolvida em todos os estados do Brasil.

Fonte: SBI



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