O que é?
A febre de chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família
Togaviridae e do gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das
manifestações clínicas. A transmissão ocorre pela picada de fêmeas dos mosquitos Ae. Aegypti
e Ae. albopictus infectadas pelo CHIKV. Casos de transmissão vertical podem ocorrer quase que,
exclusivamente, durante o período de intraparto em gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca
infecção neonatal grave. Pode ocorrer transmissão por via transfusional, todavia é rara se os protocolos
forem observados.
Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores
articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que
as difere são as fortes dores nas articulações. Após a fase inicial, a doença pode evoluir em duas
etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. Embora o chikungunya não seja uma doença de alta
letalidade, tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente,
tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida.
O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde, língua falada por um grupo que vive
no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique. Significa “aqueles que se dobram”, descrevendo a
aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica.
O CHIKV foi isolado inicialmente na Tanzânia por volta de 1952. Desde então, há relatos de surtos
em vários países do mundo. Nas Américas, em outubro de 2013, teve início uma grande epidemia de
chikungunya em diversas ilhas do Caribe. Em comunidades afetadas recentemente, a característica
marcante são epidemias com elevadas taxas de ataque, que variam de 38% a 63%.
Existe a possibilidade de ocorrência de epidemias no Brasil devido à alta densidade do vetor, à
presença de indivíduos susceptíveis e à intensa circulação de pessoas em áreas endêmicas.(1)
Situação Epidemiológica no Brasil:
No ano de 2014, foram notificados 3.657 casos autóctones suspeitos. Do total, 2772 foram confirmados: 140 por critério laboratorial e 2.632 por
critério clínico-epidemiológico; 477continuam em
investigação e 408 foram descartados.
Em 2015, no período até 18/04, foram contabilizados 3.135 casos autóctones suspeitos. Destes, 1.688 foram confirmados,
sendo 5 por critério laboratorial e 1.683 por
critério clínico-epidemiológico; 1.407 continuam
em investigação.
Fontes: 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Febre de chikungunya: manejo clínico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
2. Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde Volume 46 N° 14 - 2015