sexta-feira, 29 de novembro de 2019


Campanha "Fique Sabendo"
Semana 02-06/11/2019

Centro de Atendimento de Infecções Crônicas de São Carlos

A Campanha ‘Fique Sabendo’com testagem rápida e aconselhamento para HIV e sífilis continua na próxima semana em São Carlos. 

Confira a programação:
  • Segunda-feira (2) – A partir das 19h – Escola Técnica Estadual Centro Paula Souza
  • Terça-feira (3) – 8h às 13h – Comunidade Missionária Divina Misericórdia;
  • Quarta-feira (4) – 8h às 12h – Rodoviária;
  • Quinta-feira (5) – 8h às 13h – Centro de Referência Especializado de Assistência Social e Atendimento à População em Situação de Rua (Centro Pop).
  • Quinta-feira (5) – a partir das 14h – mesa de debates sobre Profilaxia Pré-exposição e Profilaxia Pós-Exposição com os médicos infectologistas Rodrigo Molina e Sigrid de Sousa dos Santos no Auditório da Unimed São Carlos. Av. Dr. Carlos Botelho, 1055, terceiro andar. Centro, São Carlos-SP.
Animação Prep e PEP:https://www.behance.net/gallery/47447815/PrEPand-PEP-Infographic-Animation

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Campanha Fique Sabendo


A Campanha Fique Sabendo está sendo realizada no município de São Carlos nos meses de Novembro e Dezembro de 2019. A campanha tem por objetivo realizar testes rápidos de HIV e Sífilis, distribuição de preservativos e esclarecer dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A realização dos testes é gratuita e o resultado sai em poucos minutos. 
Faça o teste e fique sabendo!

Segue o cronograma dos locais onde serão realizadas a campanha:

domingo, 24 de novembro de 2019

Demonstrada eficácia de vacina tetravalente contra a dengue em crianças e adolescentes saudáveis


Publicado na revista New England Journal of Medicine estudo randomizado em fase 3 de candidata a vacina tetravalente contra a dengue (TAK-003) em regiões da Ásia e América Latina nas quais a doença é endêmica. Participaram no ensaio clínico pesquisadores da Universidade Federal do Espirito Santo e do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, Vitória (Reynaldo Dietze), do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal (Kleber Luz) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande (Rivaldo Venâncio da Cunha).
Crianças e adolescentes saudáveis de 4 a 16 anos de idade foram divididos aleatoriamente em proporção de 2: 1 (estratificada de acordo com a categoria etária e a região) para receber duas doses da vacina ou placebo com três meses de intervalo.
Os participantes que apresentavam doença febril foram testados quanto à dengue confirmada virologicamente por reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa específica do sorotipo. O desfecho primário foi a eficácia geral da vacina na prevenção da dengue confirmada virologicamente, causada por qualquer sorotipo do vírus da dengue.
Dos 20.071 participantes que receberam pelo menos uma dose da vacina ou placebo (população de segurança), 19.021 (94,8%) receberam as duas injeções e foram incluídos na análise por protocolo. A eficácia geral da vacina na população de segurança foi de 80,9% (intervalo de confiança de 95%, 75,2 a 85,3). Houve 78 casos por 13.380 [0,5 por 100 pessoas-ano]) no grupo da vacina versus 199 casos por 6687 [2,5 por 100 pessoa / ano] no grupo placebo). 
Nas análises por protocolo, a eficácia da vacina foi de 80,2% (IC 95%, 73,3 a 85,3; 61 casos de dengue confirmados virologicamente no grupo da vacina vs. 149 casos no grupo do placebo), com eficácia de 95,4% contra a dengue, levando à hospitalização (IC 95%, 88,4 a 98,2). Houve 5 hospitalizações no grupo da vacina versus 53 hospitalizações no grupo placebo.
Análises exploratórias planejadas envolvendo 27,7% da população por protocolo que era soronegativa na linha de base mostraram eficácia da vacina de 74,9% (IC 95%, 57,0 a 85,4; 20 casos de dengue virologicamente confirmada no grupo da vacina vs. 39 casos no placebo grupo). As tendências de eficácia variaram de acordo com o sorotipo. A incidência de eventos adversos graves foi semelhante no grupo da vacina e no grupo do placebo (3,1% e 3,8%, respectivamente). A vacina TAK-003 foi eficaz contra a dengue sintomática em países nos quais a doença é endêmica. 


sexta-feira, 8 de novembro de 2019



Submissão de Pesquisas Científicas envolvendo dados de Seres Humanos em Comitês de Ética e Pesquisa 


Fonte: Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016

A ética em pesquisa implica o respeito pela dignidade humana e a proteção devida aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) tem por objetivo avaliar os projetos científicos, averiguando se estão de acordo com as normas de ética em pesquisas. A seguir será apresentada alguns aspectos importantes da resolução nº 510, de 07 de abril de 2016:


Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução.

Parágrafo único. Não serão registradas nem avaliadas pelo sistema CEP/CONEP:
I – Pesquisa de opinião pública com participantes não identificados;
II – Pesquisa que utilize informações de acesso público, nos termos da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011;
III – Pesquisa que utilize informações de domínio público;
IV - Pesquisa censitária;
V - Pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem possibilidade de identificação individual; e
VI - Pesquisa realizada exclusivamente com textos científicos para revisão da literatura científica;
VII - Pesquisa que objetiva o aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados que possam identificar o sujeito; e
VIII – atividade realizada com o intuito exclusivamente de educação, ensino ou treinamento sem finalidade de pesquisa científica, de alunos de graduação, de curso técnico, ou de profissionais em especialização.

§ 1º Não se enquadram no inciso antecedente os Trabalhos de Conclusão de Curso, monografias e similares, devendo-se, nestes casos, apresentar o protocolo de pesquisa ao sistema CEP/CONEP;
§ 2º Caso, durante o planejamento ou a execução da atividade de educação, ensino ou treinamento surja a intenção de incorporação dos resultados dessas atividades em um projeto de pesquisa, dever-se-á, de forma obrigatória, apresentar o protocolo de pesquisa ao sistema CEP/CONEP.

DO PROCEDIMENTO DE ANÁLISE ÉTICA NO SISTEMA CEP/CONEP

Art. 22. O protocolo a ser submetido à avaliação ética somente será apreciado se for apresentada toda a documentação solicitada pelo sistema CEP/CONEP, tal como descrita, a esse respeito, na norma operacional do CNS em vigor, no que couber e quando não houver prejuízo no estabelecido nesta Resolução, considerando a natureza e as especificidades de cada pesquisa.
Art. 23. Os projetos de pesquisa serão inscritos na Plataforma Brasil, para sua avaliação ética, da forma prevista nesta Resolução e na Resolução específica de gradação, tipificação de risco e tramitação dos protocolos.
Art. 24. Todas as etapas preliminares necessárias para que o pesquisador elabore seu projeto não são alvo de avaliação do sistema CEP/CONEP.
Art. 25. A avaliação a ser feita pelo Sistema CEP/CONEP incidirá sobre os aspectos éticos dos projetos, considerando os riscos e a devida proteção dos direitos dos participantes da pesquisa.

§1o . A avaliação científica dos aspectos teóricos dos projetos submetidos a essa Resolução compete às instâncias acadêmicas específicas, tais como comissões acadêmicas de pesquisa, bancas de pós-graduação, instituições de fomento à pesquisa, dentre outros. Não cabe ao Sistema CEP/CONEP a análise do desenho metodológico em si.
§ 2o . A avaliação a ser realizada pelo Sistema CEP/CONEP incidirá somente sobre os procedimentos metodológicos que impliquem em riscos aos participantes.

Art. 26. A análise ética dos projetos de pesquisa de que trata esta Resolução só poderá ocorrer nos Comitês de Ética em Pesquisa que comportarem representação equânime de membros das Ciências Humanas e Sociais, devendo os relatores serem escolhidos dentre os membros qualificados nessa área de conhecimento.
Art. 27. A pesquisa realizada por alunos de graduação e de pós-graduação, que seja parte de projeto do orientador já aprovado pelo sistema CEP/Conep, pode ser apresentada como emenda ao projeto aprovado, desde que não contenha modificação essencial nos objetivos e na metodologia do projeto original.

Inscrição de Projetos na Plataforma Brasil
De acordo com o Art. 23, os projetos de pesquisa devem ser inscritos na Plataforma Brasil. O link a seguir traz um tutorial de como realizar esse procedimento:

Para mais informações, acesse o aquivo completo da Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016 através do link:



quinta-feira, 10 de outubro de 2019


É descoberto novo parasita capaz de causar doença parecida com leishmaniose


Fonte: Centers for Disease Control and Prevention e portal G1

Um parasita até agora desconhecido é apontado como o responsável por ter causado duas mortes e deixado 150 pessoas com infecções graves em Aracujú, no Segipe. A espécie do parasita provoca doença com sintomas comuns da leishmaniose, porém é resistente ao tratamento. Uma das pesquisadoras da equipe que descobriu o parasita é Sandra Maruyama, do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos.

O primeiro caso da doença foi identificado em 2011, em um paciente masculino de 64 anos que apresentava sintomas semelhantes a leishmaniose visceral. Os sinais e sintomas consistiam em perda de peso, febre, anemia, baixa contagem de glóbulos brancos e plaquetas e graves aumentos do fígado e baço. O diagnóstico de leishmaniose visceral foi confirmado pelo aspirado da medula óssea, cultura e sorologia. Porém, apesar da instituição de 3 esquemas terapêuticos, o paciente não obteve melhora e evoluiu com manifestações atípicas, envolvendo lesões de pele difusas, semelhantes à leishmaniose tegumentar. Por fim, foi submetido à esplenectomia (cirurgia para retirada do baço), mas infelizmente veio a óbito.
O caso em questão motivou os pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo a realizarem o sequenciamento do genoma dessa espécie. Por meio de isolados da medula óssea e das lesões cutâneas do paciente foram identificadas duas cepas de parasitas LVH60 e LVH60a, respectivamente. Através da técnica de PCR, o DNA desses parasitas foi sequenciado, analisado e comparado com o da cepa L. infantum (HU-UFS14) causadora da leishmaniose visceral.
Supreendentemente, os resultados dos estudos revelaram que as cepas não pertencem ao gênero Leishmania, mas apresentam maiores semelhanças  com o genoma da Crithidia fasciculata, outro protozoário.  A partir disso, foram realizadas infecções experimentais em camundongos e confirmado que os parasitas são realmente os responsáveis pelos sintomas apresentados pelo paciente.
Os pesquisadores concluíram tratar-se de um novo parasita capaz de infectar mamíferos e causar doença em humanos e camundongos. Como existem poucos fármacos para tratar a leishmaniose, a identificação de uma nova cepa refratária ao tratamento é grave e pode aumentar o problema de controle da doença. Em vista disso, são necessários maiores estudos para desenvolvimento de novos medicamentos para tratar essa cepa.

Para maiores informações acesse o link do artigo: https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/25/11/18-1548_article




Sofosbuvir inibe o vírus da febre amarela "in vitro" e em pacientes com insuficiência hepática aguda


Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo observou efeito inibitório do sofosbubir contra o vírus da febre amarela. O sofosbuvir trata-se de análogo nucleotídeo conhecido por sua atividade inibitória contra a polimerase do vírus da hepatite C.

Resumo
Os agentes antivirais de ação direta são muito eficientes na inibição do vírus da hepatite C e podem ser usados ​​para tratar infecções causadas por outros flavivírus. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia dessas medicações na inibição do vírus da febre amarela . Três medicações foram avaliadas: daclatasvir, sofosbuvir e ledipasvir ou suas combinações. Para ensaios in vitro, os fármacos foram diluídos em 100% de dimetilsulfóxido. A cepa 17D ​​da vacina e uma cepa 17D ​​que expressam a proteína fluorescente repórter foram usadas nos ensaios. Foi realizado um teste rápido e confiável de triagem celular, utilizando células Vero ou células Huh-7 (uma linha de carcinoma derivada de hepatócitos). Dois pacientes que adquiriram o vírus da febre amarela com insuficiência hepática aguda foram tratados com sofosbuvir por uma semana como uso compassivo.
O sofosbuvir apresentou a melhor atividade antiviral contra o vírus da febre amarela. Além disso, após um tratamento compassionado com sofosbuvir, as duas pacientes diagnosticadas com infecção pela febre amarela apresentaram redução na viremia sanguínea e melhora no curso da doença, o que foi observado nos parâmetros médicos laboratoriais relacionados à evolução da doença.

Link para o trabalho completo:  https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1665268119322434?fbclid=IwAR2Ts6j0zjz0gZi-iZdH419Jlx5kSRLiazjqm-SrtbFe_P2r1-H8DsIK2E8

sábado, 21 de setembro de 2019

Curso de pesquisa clínica do Hospital Oswaldo Cruz


O Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), por intermédio das áreas de Sustentabilidade Social e o Ministério da Saúde, por intermédio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), tornam público que estão abertas as inscrições para o processo seletivo de candidatos interessados no Curso Introdutório de Pesquisa Clínica (on-line), à distância.
O curso é destinado para estudantes de graduação da área da saúde e profissionais da saúde atuantes ou não em pesquisa clínica, e tem por objetivos disseminar conhecimentos e conceitos básicos em Pesquisa Clínica.
O curso é totalmente online  e GRATUITO com carga horária de 16 horas e com o total de 700 vagas. A duração do curso é de 30/10 até 24/12/2019. O período de inscrição é de 13/09/2019 à 07/10/2019.



domingo, 8 de setembro de 2019


Desenvolvimento do primeiro tratamento eficaz contra o vírus Ebola


Fonte: G1, TrialSiteNews e Instituto Oncoguia

A República Democrática do Congo (RDC), no continente africano, enfrenta há um ano um surto do vírus ebola, considerado o segundo maior da doença de todos os tempos. O país já havia passado por uma epidemia de ebola que resultou na morte de quase duas mil pessoas. Devido à dimensão do surto, em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública.
O Ebola é uma doença causada por um vírus de mesmo nome descoberto pela primeira vez em 1976. Os seus principais sintomas são febre súbita, fraqueza intensa, dor muscular e dor de garganta. Com o avanço da doença, os pacientes passam a ter vômitos, diarreia e sangramento interno e externo. Os infectados podem morrer de desidratação e falência múltipla de órgãos.
Em 2018 foi iniciado o PALM,  um estudo randomizado, multicêntrico e controlado para avaliar a segurança e a eficácia de quatro agentes no tratamento de pacientes com infecção pelo Ebola. Os agentes incluem três terapias baseadas em anticorpos, REGN-EB3, ZMapp e mAb114 e uma pequena molécula antiviral. Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e o Instituto Nacional de Pesquisa Biomética (INRP) da RDC patrocinaram e serviram como co-principais investigadores.
O estudo PALM foi interrompido após revisar os dados de mortalidade intermediária de 499 pacientes e obter resultados estatisticamente significativos. Os cientistas afirmaram que o REGN-EB3 e o mAb114 mostraram-se extremamente eficazes no combate ao vírus ebola. O medicamento pode determinar o fim do surto de ebola na República Democrática do Congo.

"Pela primeira vez no mundo temos o tratamento para o ebola. Podemos anunciar para o mundo que se houver um surto de ebola, é possível tratar os pacientes com essas moléculas", explica Daniel Mukadi, que é diretor dos laboratórios de pesquisa.


Mas o que são REGN-EB3 e mAb114 ?

O REGN-EB3 da Regeneron é uma terapia que combina três anticorpos monoclonais e o mAB114 é composto por apenas um anticorpo monoclonal. Ambos foram baseados em anticorpos colhidos de sobreviventes de infecções pelo vírus ebola.
A produção de anticorpos é uma ferramenta do sistema imunológico para atacar as substâncias estranhas do organismo. Um anticorpo é uma proteína que circula no sangue e se liga a outra proteína específica denominada antígeno. Uma vez ligados, podem recrutar outras células do sistema imunológico para destruírem as células que contêm o antígeno. Os pesquisadores podem projetar anticorpos que têm como alvo um antígeno específico. A partir daí são feitas várias cópias desse anticorpo em laboratório, o que são denominados anticorpos monoclonais.  


domingo, 1 de setembro de 2019

Simpósio de Dermatoinfectologia: Atualizações em ISTs


A Liga de Infectologia da UFSCar em conjunto com a Liga de Dermatologia da UFSCar, realizam na próxima sexta feira, 06 de setembro, o Simpósio de Dermatoinfectologia com o tema "Atualizações em ISTs". O evento ocorrerá no anfiteatro do Departamento de Medicina na UFSCar, a partir das 18:00h. Inscreva-se:   https://forms.gle/2xM8MSVgAWEAnQyg7

Para mais informações acesse o evento na página do facebook: https://www.facebook.com/events/894255270909014/




sexta-feira, 30 de agosto de 2019


O Retorno do Sarampo no Brasil:
Aumenta o número de casos em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia

Fonte: Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pediatria

O Brasil advém de um histórico de não registrar casos de sarampos com origem em seu território nacional desde os anos 2000, de tal modo que em 2016, o País recebeu o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Em 2018, porém, o Brasil enfrentou um grande surto de sarampo, envolvendo 11 estados, com 10.302 casos confirmados, sendo 90% dos casos concentrado no estado do Amazonas. Mais recentemente, o Ministério da Saúde registrou entre 05 de maio a 03 de agosto de 2019, 907 casos confirmados de sarampo no Brasil, em três estados: São Paulo (901), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1). Do total de casos confirmados (901), 810 (90%) residem no município de São Paulo.
Dentre os municípios do Estado de São Paulo, houve 2 casos suspeitos em São Carlos:


Em vista disso, o Brasil perdeu o Certificado de Eliminação do Sarampo em 2019 e, atualmente, empreende todos os esforços para eliminar novamente a transmissão do vírus no país, com reforço da vacinação contra o sarampo e campanhas nas cidades com surtos ativos. O Programa Nacional de Imunizações estabelece a meta de 95% da cobertura vacinal de forma homogênea em todos os municípios.


Mas afinal, o que é o sarampo?
O sarampo é uma doença viral, extremamente contagiosa, que acomete homens e mulheres independentemente da idade.
A doença é transmitida por contato com pessoas infectadas, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de incubação médio, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de 10 dias.
Os principais sintomas causados pelo sarampo incluem febre, manchas vermelhas na pele (exantema), tosse, coriza e conjuntivite. O diagnóstico é realizado por meio da detecção de anticorpos no sangue durante a fase aguda da doença.



O sarampo pode causar complicações debilitantes ou fatais, incluindo encefalite (uma infecção que leva ao inchaço do cérebro), diarreia e desidratação graves, pneumonia, infecções de ouvido e perda premante da visão. Bebês e crianças pequenas são particularmente vulneráveis a complicações e morte.
Não existe tratamento antiviral específico para o sarampo, sendo que a vacinação é a única forma de prevenir a doença. O atual esquema vacinal é de duas doses de vacinas que protegem contra o sarampo para pessoas de 12 meses até 29 anos, sendo uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade.
Só são considerados adequadamente vacinados aqueles que tiverem o registro de duas doses da vacina tríplice ou da vacina tetra viral durante a vida. Caso contrário, é recomendada a atualização da carteira de vacinação; lembrando que pessoas de 30-49 anos de idade que não tomaram nenhuma dose da vacina, devem receber uma dose única da tríplice viral.
Vale destacar que adolescentes e adultos que não tem certeza se foram vacinados no passado e não houver registros de doses aplicadas previamente, podem receber a vacina de acordo com o esquema para idade. Eventuais doses adicionais não trazem maior risco para a saúde.  As únicas contraindicações para a vacina são casos suspeitos de sarampo, gestantes, menores de 6 meses e imunocomprometidos.

Campanha de vacinação em São Paulo
A Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo realiza atualmente uma Campanha de Vacinação contra o Sarampo, em vista do aumento do nº de casos na capital. O público-alvo da ação é:
- Todas as crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas durante a campanha, e essa vacina não substituirá a rotina que prevê a primeira dose com 12 meses, devendo esta também ser administrada, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
- Todas as pessoas entre 15 e 29 anos devem ser vacinadas indiscriminadamente, independentemente do número de doses anterior.

A Campanha de Vacinação que inicialmente seria finalizada em 12 de julho foi prorrogada até 31 de Agosto de 2019.


FAÇA A SUA PARTE! PROTEJA-SE CONTRA O SARAMPO, VACINE-SE!



segunda-feira, 15 de julho de 2019

Barbeiros com Trypanosoma cruzi em São Paulo

FONTE: Pesquisa FAPESP

Equipes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) encontraram 135 insetos transmissores do protozoário causador da doença de Chagas em municípios da Grande São Paulo nos últimos 5 anos. Desses, 30,8% estavam infestados.


Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde certificação internacional por ter eliminado a transmissão natural da doença pelo Triatoma infestans. Essa espécie está hoje restrita a regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. No entanto, atualmente a espécie de barbeiro que mais preocupa é Panstrongylus megistus, capaz de viver tanto em matas quanto em espaços domésticos. Atraído pela luz, o inseto pode entrar nas casas por portas ou janelas abertas. Os barbeiros se infestam com T. cruzi ao se alimentarem do sangue de animais que o abrigam sem desenvolver a doença, os chamados reservatórios naturais, como gambás, morcegos, tatus, macacos, preguiças, pacas, capivaras, cães e gatos.
Foram identificados barbeiros em Pirapora do Bom Jesus, a 61 quilômetros da cidade de São Paulo, e outro em Taboão da Serra, a 18 km da capital, em 2015. Nos anos seguintes foram novamente identificados em Taboão da Serra. Em 2018, foram coletados triatomíneos em Carapicuíba, Embu das Artes, Itapecerica da Serra e bairros da zona oeste de São Paulo. Em 2019, Juquitiba e Santana de Parnaíba reforçaram a lista de municípios com relatos de barbeiros.
Em Carapicuíba, os pesquisadores identificaram colônias com 57 insetos vivendo em ninhos de gambás no telhado de três casas de condomínios cercados por matas – nenhum deles estava infectado. Em Taboão da Serra, porém, 47% dos barbeiros estavam infestados com Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença de Chagas. Em uma casa em Embu das Artes, havia fêmeas com ovos embaixo do colchão sobre o qual dormiam os moradores, que não foram contaminados, de acordo com os exames feitos até agora.
Em 2018 e 2019, as equipes da Sucen registraram P. megistus em áreas próximas a matas de quatro bairros da zona oeste da capital: Jardim Amaralina, Cohab Raposo Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã. Examinando os locais de ocorrência de barbeiros nos últimos anos, concluíram que os insetos podem estar se movendo, aproveitando conexões de matas e parques, a partir da região entre as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares. 
Em 2017, foram coletados 565 adultos e 1.183 ninfas de barbeiros da espécie Rhodnius neglectus em dezenas de palmeiras das ruas e praças de Araçatuba, no noroeste do estado de São Paulo. Os barbeiros não estavam infectados, mas poderiam potencialmente se infectar ao picar animasis silvestres.




quinta-feira, 4 de julho de 2019

Situação Epidemiológica da Febre Amarela no Estado de São Paulo


Fonte: Sinan, Divisão de Doenças Transmitidas por vetores e Zoonoses/ CVE/CCD/SES-SP
03/06/2019

Todo o território paulista é considerado atualmente área de risco para febre amarela e, portanto, com recomendação de vacina. 
No ano de 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do Estado; destes, 176 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 35%.
De primeiro de janeiro de 2019 até o momento, foram notificados 545 casos suspeitos de febre amarela, sendo que 66 casos autóctones foram confirmados. Destes, 12 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 18,2% 

FIGURA 1. Municípios com comprovada circulação do vírus da Febre Amarela no Estado de São Paulo, por meio da confirmação de casos humanos e/ou epizootias de Primatas Não Humanos. Dezembro de 2018 a junho de 2019




Entre os casos confirmados, 90,9% são do sexo masculino, com mediana de idade de 39 anos (mínimo 8; máximo 87) e 61,2% são trabalhadores rurais. Este é o perfil tradicional dos casos de Febre Amarela Silvestre registrados no país.
Quanto à distribuição geográfica dos casos, 94% apresentam como local provável de infecção (LPI)  municípios do Vale do Ribeira, do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Registro. Um caso apresenta como LPI o município de Serra Negra, do GVE de Campinas e três casos tem LPI no GVE de Itapeva, nos municípios de Ribeira, Apiaí e Ribeirão Branco.

FONTE: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/famarela/2019/fa19_boletim_epid_0306.pdf


segunda-feira, 13 de maio de 2019


Bio Manguinhos desenvolve teste rápido para dengue, zika e chikungunya


Dias 08 e 09 de maio de 2019 houve encontro da Rede de Pesquisa Clínica Aplicada em Chikungunya no Rio Othon Palace, Rio de Janeiro. Durante o encontro, os pesquisadores Rafael Alexandrino dos Santos Macedo e Karen Soares Trinta apresentaram tecnologia de testagem rápida para dengue, zika e chikununya desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio Manguinhos, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As pesquisas estão sendo financiadas pelo Departamento de Ciência e Tecnologia e pelo Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
A testagem rápida utiliza imunocromatografia em plataforma de duplo percurso – DPP (do inglês Dual Path Platform) que tem faixa de detecção de IgM contra dengue, zika e chikungunya e outra faixa de detecção de IgG contra dengue, zika e chikungunya (Figuras 1 e 2)

Figura 1: Embalagem de Teste Rápido DPP Zika, Dengue e Chikungunya (DZC) IgM e IgG Biomanguinhos



Figura 2: Teste Rápido DPP Zika, Dengue e Chikungunya (DZC) IgM e IgG Biomanguinhos


 

Inicialmente a amostra de sangue de ponta de dedo é diluída em tampão de corrida e colocada no pocinho 1. Após cinco minutos coloca-se tampão no pocinho 2, e espera-se mais 15 minutos. A leitura dos resultados é eletrônica por pequeno equipamento chamado microleitor (Figura 3). Com a utilização do microleitor, é eliminada a subjetividade de lei­tura e diminuída a possibilidade de erro humano, além de possibi­litar registro automático, tratamento dos dados em computador, que pode ser incorporado ao leitor. Os resultados são georreferenciados.

Figura 3: Tubos de diluição da amostra, tampão de corrida, microleitor (azul), e cartão de leitura do Teste Rápido DPP Zika, Dengue e Chikungunya (DZC) IgM e IgG Biomanguinhos


As leituras de IgG e IgM são realizadas de forma independente (Figura 4)

Figura 4: Leitura de IgM com microleitor (azul) de Teste Rápido DPP Zika, Dengue e Chikungunya (DZC) IgM e IgG Biomanguinhos



Fotos: Cortesia Tânia Chaves e Sigrid De S Santos.

Fontes: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/produtos/reativos/testes-rapidos/dpp-zdc; Encontro de Investigadores Replick de 08 a 09 de maio de 2019, Rio de janeiro; http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-05/bio-manguinhos-desenvolve-teste-rapido-para-dengue-zika-e-chikungunya; http://portalms.saude.gov.br/noticias/svs/45434-ms-fiocruz-e-opas-promovem-simposio-sobre-pesquisa-clinica-em-chikungunya?fbclid=IwAR07OHXz_1sL80VpPa8HyLuVZeOA-J0hV_ASxEJXsxl2eORgUS873kcG48Q

terça-feira, 30 de abril de 2019


Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil


Publicada segunda edição do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, do Ministério da Saúde. O Brasil está entre os 30 países de alta carga para tuberculose e coinfecção HIV-tuberculose considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde para o controle da doença no mundo. Em 2017, o número de casos notificados foi de 72.770 e os coeficientes de incidência variaram de 10 a 75 casos por 100 mil habitantes entre as Unidades Federadas. O percentual de sucesso de tratamento de casos novos com confirmação laboratorial é de cerca de 75%, havendo cerca de 11% de abandono de tratamento. Dos casos de TB notificados, 9,5% são coinfectados por HIV. O coeficiente de mortalidade é de cerca de 2,2 óbitos por 100.000 habitantes. 

Em 2017, foram diagnosticados e acompanhados no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) 246 casos novos de monorresistência, 80 de polirresistência, 713 de multidrogarresistência ou resistência à rifampicina e 2 casos de resistência extensiva.

O Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose baseia-se em estratégias de prevenção e cuidado do paciente, de políticas próprias com sistema de informação, garantia de ações e insumos, e intensificação da pesquisa e inovação.

Dentre as estratégias de prevenção e cuidado, figuram:

1. Diagnosticar precocemente todas as formas de tuberculose, com oferta universal de cultura e teste de sensibilidade, incluindo o uso de testes rápidos moleculares.
2. Tratar de forma adequada e oportuna todos os casos diagnosticados de tuberculose visando à integralidade do cuidado.
3. Intensificar as atividades colaborativas TB-HIV, que inclui, dentre outras ações:
  • Oferecer testagem para HIV a todas as pessoas com tuberculose
  • Realizar rastreamento da tuberculose em todas as visitas da pessoa vivendo com HIV aos serviços de saúde;
  • Diagnosticar e tratar a infecção latente da tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids;
  • Iniciar de forma oportuna a terapia antirretroviral (TARV)
4. Intensificar as ações de prevenção

O TRM-TB (TRM-TB, GeneXpert®) está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. As figuras 1, 2 e 3 apresentam os algoritmos de investigação de tuberculose pulmonar e laríngea utilizando os testes moleculares.

FIGURA 1 - Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes



FIGURA 2 - Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de populações com maior vulnerabilidade



FIGURA 3 - Algoritmo diagnóstico de casos para casos de retratamento de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes



Nas novas recomendações de tratamento, liberado ajuste da dose de tuberculostáticos para pacientes acima de 70 Kg (Tabela 1). Também volta a ter disponibilidade tanto de comprimidos RHZE (150/75/400/275), RH (150/75), como RH (300/150):


quinta-feira, 25 de abril de 2019



BIOTEC EM FOCO de Abril - Arboviroses: desafios da atualidade!

Palestra quinta-feira às 19:00, no AT7, sala 166

Vagas limitadas. Inscrições: bit.ly/BiotecFocoAbril

Profª Dra. Sigrid De Sousa dos Santos
Departamento de Medicina da UFSCar São Carlos
Liga de Infectologia da UFSCar (LINFU)

sábado, 20 de abril de 2019


Sífilis no Brasil - 2018


A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde. No Brasil, de 2010 a 2017 a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 3,6 vezes, passando de 2,4 para 8,6 casos por mil nascidos vivos, e a taxa de detecção de sífilis em gestantes aumentou 4,9 vezes, passando de 3,5 para 17,2 casos por mil nascidos vivos. A sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 2,0 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 58,1 casos por 100 mil habitantes em 2017 (Figura 1). 

FIGURA 1. Taxa de detecção de sífilis adquirida, taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 100.000 habitantes), segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2017

FONTE: SINAN

A crescente prevalência da sífilis vem paralela a uma baixa e minguante prevalência do uso de preservativo em jovens. Em 2015, pesquisa transversal em jovens universitários detectou baixa prevalência do uso de preservativo na última relação sexual, sendo de 34,9% no sexo feminino e de 47,9% no sexo masculino (https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n4/1255-1266/pt/#). Em 2005, outro estudo realizado em população universitária do sul do país havia encontrado prevalência de 61,4% de uso de preservativo na última relação (Costa LC, Rosa MI, Battisti IDE. Prevalência e fatores associados ao uso de preservativos masculinos entre universitários no Sul do Brasil. Cad Saude Publica 2009).
Em 2003, pesquisa semelhante encontrou 60% de prevalência de uso de preservativo na última relação sexual entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos da população geral de ambos os sexos (Calazans G, Araujo TW, Venturi G, Ivan França J. Factors associated with condom use among youth aged 15–24 years in Brazil in 2003. AIDS 2005; 19(Supl. 4):S42-S50).
Em 2002, em estudo realizado entre jovens de três capitais brasileiras, de 18 a 24 anos, o uso de preservativo na última relação foi de 38,8% para o sexo feminino e 56,0% para o sexo masculino (Teixeira A, Knauth DR, Fachel JMG, Leal AF. Adolescentes e uso de preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e na última relação sexual. Cad Saude Publica 2006; 22(7):1385-1396.) 


FONTES:



quinta-feira, 7 de março de 2019

Cura da infecção por HIV: duas experiências bem sucedidas


Na Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections (CROI) de 2019 que está acontecendo em Seattle, Washington, foi apresentado novo relato de remissão sustentada da infecção por HIV após transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico a partir de um doador homozigoto para a variante genética delta32 do correceptor de membrana CCR5 (CCR5Δ32/Δ32).

O paciente de Londres

Trata-se de homem com infecção por HIV diagnosticada em 2003 que iniciou tratamento com TDF+FTC+EFV em 2012, época em que também teve o diagnóstico de linfoma de Hodgkin, com CD4 de 415 cels/mm3. O paciente não respondeu à quimioterapia com ABVD nem a outras combinações-resgate. Verificado que o HIV que o infectava tinha tropismo para o correceptor CCR5. Foi realizado transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas de doador homozigoto para Δ32pb de CCR5.
O doador era parcialmente compatível (9/10 - com uma incompatibilidade de alelos no HLA-B).  Realizada terapia de indução com lomustina, ciclofosfamida, citarabina e etoposídeo (LACE), e depleção de células T com condicionamento de intensidade reduzida usando anti-CD52 (Alemtuzumab). Utilizados ciclosporina-A e metotrexato de curta duração como profilaxia para doença do enxerto versus hospedeiro (GvHD).
Trocada TARV para TDF+3TC+raltegravir durante a fse de quimioterapia. No entanto, evoluiu com falha virológica e genotipagem indicou troca da terapêutica para 3TC+rilpivirina+dolutegravir (mutações K65R e M184V), que foram mantidos por 16 meses pós transplante. Mantendo carga viral indetectável por 18 meses após a suspensão da terapia antirretroviral. PCR ultrassensível DNA HIV-1 em CD4 indetectável após 29 meses do transplante.

O paciente de Berlim

A primeira experiência bem sucedida havia sido descrita em 2009 (Hütter G. et al. N Engl J Med, 2009). Timothy Ray Brown, de 41 anos, norte-americano procedente de Berlim tinha infecção por HIV diagnosticada  há10 anos e fazia uso de Em uso TDF+3TC+EFV, com contagem de CD4 de 415 cels/mm3. Desenvolveu leucemia mielóide aguda M4 que evoluiu com recidiva após quimioterapia, sendo indicado transplante de células tronco hematopoéticas. Foram identificados 80 doadores HLA compatíveis. Depois de pesquisar alelos CCR5 homozigotos para Δ32pb em 62 pacientes, encontrou-se um doador compatível e com CCR5Δ32/Δ32. Foram necessários dois transplantes, mas o paciente se mantém com carga plasmática do HIV-1 indetectável e nunca mais se encontrou sinais da infecção, mesmo em tecido.

O paciente de Dusseldorf

Na mesma conferência também foi apresentando um possível terceiro paciente com remissão sustentada da infecção por HIV pós transplante. Trata-se de paciente com infecção por HIV que foi submetido transplante de células tronco hematopoéticas por leucemia mielóide aguda tendo o doador a mutação CCR5Δ32/Δ32. O paciente ficou com terapia antirretroviral por 66 meses após o transplante e mantém carga viral indetectável após 3 meses sem terapia antirretroviral. Como esse paciente tem tempo curto de seguimento, não é possivel ainda aformar remissão.

Fontes: 1) http://www.croiconference.org/sessions/sustained-hiv-1-remission-following-homozygous-ccr5-delta32-allogenic-hsct; 2)http://www.croiconference.org/sessions/analytic-treatment-interruption-ati-after-allogeneic-ccr5-d32-hsct-aml-2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO FEBRE AMARELA

Fonte: Sinan, Divisão de Doenças Transmitidas por vetores e Zoonoses/ CVE/CCD/SES-SP
21/01/2019

O período sazonal, isto é, período de maior ocorrência da Febre Amarela ocorre de dezembro a maio. Após 22 semanas sem casos novos de febre amarela em humanos, em dezembro de 2018 foram confirmados três casos, com dois óbitos na região do Vale do Ribeira, nos municípios de Eldorado (dois casos) e Jacupiranga (um caso). 

Agora, de primeiro de janeiro de 2019 até o momento já foram notificados 32 novos casos suspeitos de febre amarela, sendo que nove casos autóctones foram confirmados. Destes, quatro evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 44,4%.

Entre os casos confirmados, 83,3% são do sexo masculino, com mediana de idade de 45 anos e trabalhadores rurais (83,3%). Este é o perfil tradicional dos casos de Febre Amarela Silvestre registrados no país. Quanto à distribuição geográfica destes casos, todos apresentam como local provável de infecção municípios do Vale do Ribeira, do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Registro (Figura 1)

FIGURA 1. Municípios com comprovada circulação do vírus da Febre Amarela no Estado de São Paulo. Estado de São Paulo, dezembro de 2018 a janeiro de 2019 




quarta-feira, 9 de janeiro de 2019


Febre Amarela

Situação epidemiológica do Estado de São Paulo

FONTE: Boletim Epidemiológico
CVE/CCD/SES-SP
28/12/2018

Desde janeiro de 2018 até o momento, foram reportados 3315 casos suspeitos de febre amarela, sendo que destes, 538 (16,8%) casos foram confirmados, com 499 (92,8%) casos autóctones e 35 (6,5%) importados. 
Entre os casos autóctones, 173 evoluíram para o óbito, apresentando letalidade de 34,6%. A maioria dos casos era do sexo masculino (80,8%) e a mediana da idade foi de 43 (5-90) anos. No que diz respeito à distribuição geográfica dos casos, estes tinham como local provável de infecção a Capital e municípios da Grande São Paulo, da Baixada Santista, do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Campinas, GVE de Osasco, GVE de Sorocaba, GVE de Registro, GVE de São João da Boa Vista, GVE de São José dos Campos, GVE de Taubaté e GVE de Caraguatatuba.
Devemos lembrar que a imunização é a principal forma de prevenção contra a doença e o período de sazonalidade da doença se estende de dezembro a maio, o CVE tem recomendado que os indivíduos não vacinados procurem os serviços de saúde. Todo o território paulista tem recomendação da vacina, devido a circulação do vírus, que tem sido particularmente detectada no litoral. omo se pode notar no Gráfico 1, houve caso em dezembro em Caraguatatuba.

Gráfico 1. Distribuição dos casos e óbitos de Febre Amarela autóctone segundo Semana Epidemiológica. Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2018.


Em relação à ocorrência de febre amarela em Primatas Não Humanos (PNH), a partir de janeiro de 2018, tivemos notificações de epizootias em 258 municípios, sendo que em 45 foi confirmada a circulação do vírus (Figura 1).

Figura 1. Distribuição de PNH notificados segundo município de ocorrência e classificação. Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2018



Observa-se a expansão do vírus para novas áreas como o Município de São Paulo e da Grande São Paulo, GVE de Sorocaba, GVE de São José dos Campos, GVE de Taubaté, GVE de Registro, GVE de Santos, GVE de Caraguatatuba e GVE de Mogi das Cruzes; e retorno da circulação do vírus no município de São José do Rio Preto e no GVE de São João da Boa Vista.