quinta-feira, 10 de outubro de 2019


É descoberto novo parasita capaz de causar doença parecida com leishmaniose


Fonte: Centers for Disease Control and Prevention e portal G1

Um parasita até agora desconhecido é apontado como o responsável por ter causado duas mortes e deixado 150 pessoas com infecções graves em Aracujú, no Segipe. A espécie do parasita provoca doença com sintomas comuns da leishmaniose, porém é resistente ao tratamento. Uma das pesquisadoras da equipe que descobriu o parasita é Sandra Maruyama, do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos.

O primeiro caso da doença foi identificado em 2011, em um paciente masculino de 64 anos que apresentava sintomas semelhantes a leishmaniose visceral. Os sinais e sintomas consistiam em perda de peso, febre, anemia, baixa contagem de glóbulos brancos e plaquetas e graves aumentos do fígado e baço. O diagnóstico de leishmaniose visceral foi confirmado pelo aspirado da medula óssea, cultura e sorologia. Porém, apesar da instituição de 3 esquemas terapêuticos, o paciente não obteve melhora e evoluiu com manifestações atípicas, envolvendo lesões de pele difusas, semelhantes à leishmaniose tegumentar. Por fim, foi submetido à esplenectomia (cirurgia para retirada do baço), mas infelizmente veio a óbito.
O caso em questão motivou os pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo a realizarem o sequenciamento do genoma dessa espécie. Por meio de isolados da medula óssea e das lesões cutâneas do paciente foram identificadas duas cepas de parasitas LVH60 e LVH60a, respectivamente. Através da técnica de PCR, o DNA desses parasitas foi sequenciado, analisado e comparado com o da cepa L. infantum (HU-UFS14) causadora da leishmaniose visceral.
Supreendentemente, os resultados dos estudos revelaram que as cepas não pertencem ao gênero Leishmania, mas apresentam maiores semelhanças  com o genoma da Crithidia fasciculata, outro protozoário.  A partir disso, foram realizadas infecções experimentais em camundongos e confirmado que os parasitas são realmente os responsáveis pelos sintomas apresentados pelo paciente.
Os pesquisadores concluíram tratar-se de um novo parasita capaz de infectar mamíferos e causar doença em humanos e camundongos. Como existem poucos fármacos para tratar a leishmaniose, a identificação de uma nova cepa refratária ao tratamento é grave e pode aumentar o problema de controle da doença. Em vista disso, são necessários maiores estudos para desenvolvimento de novos medicamentos para tratar essa cepa.

Para maiores informações acesse o link do artigo: https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/25/11/18-1548_article




Sofosbuvir inibe o vírus da febre amarela "in vitro" e em pacientes com insuficiência hepática aguda


Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo observou efeito inibitório do sofosbubir contra o vírus da febre amarela. O sofosbuvir trata-se de análogo nucleotídeo conhecido por sua atividade inibitória contra a polimerase do vírus da hepatite C.

Resumo
Os agentes antivirais de ação direta são muito eficientes na inibição do vírus da hepatite C e podem ser usados ​​para tratar infecções causadas por outros flavivírus. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia dessas medicações na inibição do vírus da febre amarela . Três medicações foram avaliadas: daclatasvir, sofosbuvir e ledipasvir ou suas combinações. Para ensaios in vitro, os fármacos foram diluídos em 100% de dimetilsulfóxido. A cepa 17D ​​da vacina e uma cepa 17D ​​que expressam a proteína fluorescente repórter foram usadas nos ensaios. Foi realizado um teste rápido e confiável de triagem celular, utilizando células Vero ou células Huh-7 (uma linha de carcinoma derivada de hepatócitos). Dois pacientes que adquiriram o vírus da febre amarela com insuficiência hepática aguda foram tratados com sofosbuvir por uma semana como uso compassivo.
O sofosbuvir apresentou a melhor atividade antiviral contra o vírus da febre amarela. Além disso, após um tratamento compassionado com sofosbuvir, as duas pacientes diagnosticadas com infecção pela febre amarela apresentaram redução na viremia sanguínea e melhora no curso da doença, o que foi observado nos parâmetros médicos laboratoriais relacionados à evolução da doença.

Link para o trabalho completo:  https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1665268119322434?fbclid=IwAR2Ts6j0zjz0gZi-iZdH419Jlx5kSRLiazjqm-SrtbFe_P2r1-H8DsIK2E8