domingo, 4 de outubro de 2020

 Vacinas contra Coronavírus-19


FONTES: Jama Network Learning e Science


Atualmente há diversas iniciativas para a produção de vacinas contra o SARS-CoV-2: desde vacinas convencionais, em que nosso organismo é estimulado a produzir uma resposta imune após ser exposto a antígeno do próprio vírus, até vacinas genéticas. 

As primeiras vacinas contra vírus foram desenvolvidas com o cultivo do vírus dentro de ovos embrionados, como as vacinas contra gripe. Os vírus cultivados eram então inativados (mortos) ou atenuados (enfraquecidos)  (Figura 1). 

FIGURA 1. Cultivo de vírus em ovos embrionados para produção tradicional de vacinas




Atualmente o cultivo do vírus  para produção de vacinas utiliza outros tipos de culturas de células. A vacina CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac/ Instituto Butantan utiliza em sua produção o cultivo em células Vero e a inativação pela β-propionolactona (Figura 2). 

FIGURA 2. Produção de vacinas inativadas ou atenuadas contra Coronavírus-19
FONTE: http://www.lozierinstitute.org/


No entanto, há uma nova geração de vacinas em desenvolvimento contra o SARS-C0V-2 que não utilizam mais cultivo viral para sua produção, utilizam como antígeno-alvo apenas o antígeno da proteína da espicula viral (Spike, ou proteína S) (Figura 3). A proteína S que é responsável pela interação do vírus com a célula humana, pelo receptor da enzima conversora da angiotensina 2 (Figura 4)

 FIGURA 3. Proteína SPIKE, base das vacinas contra COVID-19




FIGURA 4. Interação do SARS-CoV-2 com a célula humana


Há quatro tipos de vacinas contra o coronavírus-19 de nova geração em estadio mais avançado de desenvolvimento (Figura 5):

FIGURA 5. Vacinas em desenvolvimento contra coronavirus-19 de nova geração




1. Vacinas genéticas
   a. RNA mensageiro (Moderna/NIH e Pfizer/BioNTech) 
   b. DNA
2. Vacinas de vetor viral
   a. Vetor viral defectivo (Oxford/AstraZeneca e Johnson & Johnson/Janssen)
   b. Vetor viral competente (Merck/ IAVI)
3. Vacinas de subunidades proteicas
4. Partículas vírus-like


Na vacina de RNA mensageiro, o mRNA precisa atingir o citoplasma das células hospedeiras onde será produzida a proteína S. Na vacina de DNA, o DNA precisa entrar no núcleo (Figura 6). Então, esse material genético é utilizado pela maquinaria da célula, e a célula expressa a proteína S. A proteína é então reconhecida pelo sistema imunológico, estimulando uma resposta imune. O mRNA não pode atravessar facilmente as membranas celulares e é muito suscetível à degradação. Em ambas as vacinas, o mRNA é envolto em nanopartículas lipídicas. As vacinas de RNAm estão em ensaios clínicos fase III.

FIGURA 6. Mecanismo de ação das vacinas de DNA e de RNAm


Nas vacinas de vetor viral, utiliza-se outro vírus para carrear o material genético que codifica o antígeno, neste caso a proteína spike (Figura 7). O objetivo é induzir imunidade contra o antígeno alvo - a carga genética adicionada. Essas vacinas também podem induzir imunidade contra o próprio vírus vetor. Os vírus usados ​​como vetores são atenuados ou enfraquecidos, de modo que não podem causar doenças. Os vetores podem ser defectivos, incapazes de replicar, ou competentes, capazes de replicar.

FIGURA 7. Mecanismo de ação das vacinas de vetor viral defectivo





Há três vacinas sendo testadas contra SARS-CoV-2 que utilizam a tecnologia de vetor viral. A vacina ChAdOx-1, desenvolvida pela Universidade de Oxford e AstraZeneca, usa um adenovírus 5 de chimpanzé. A vacina Ad26.COV2 da Johnson & Johnson/ Janssen utiliza o adenovírus humano 26. Em ambas as vacinas, o vetor carrega o DNA que codifica a proteína S, mas não o exibe em sua superfície. Quando o vírus infecta uma célula hospedeira, ele entrega o DNA ao núcleo; a maquinaria da célula então expressa a proteína S, de forma semelhante a que vimos com as vacinas genéticas. E como esses vetores de adenovírus são defeituosos na replicação, depois que o vírus infecta uma célula, nenhum outro vírus é produzido.

A vacina rVSVΔG-SARS-CoV-2, desenvolvida pela Merck/ IAVI usa o vírus recombinante da estomatite vesicular (rVSV). Em humanos, esse vírus causa infecção assintomática ou leve doença gripal. Parte do genoma de RNA foi substituído pela codificação da proteína S. Ao contrário dos adenovírus, o vetor rVSV exibe a proteína S em sua superfície. Depois que o rVSV infecta uma célula hospedeira, a maquinaria da célula expressa a proteína S. No entanto, como o rVSV é competente para replicação, esta plataforma simula um ataque viral real (Figura 8).

FIGURA 8. Mecanismo de ação das vacinas de vetor viral competente



A maioria dessas vacinas já terminou as fases I e II, necessitando ainda passar pela fase III de desenvolvimento (Figura 9).

FIGURA 9. Fases dos Ensaios Clínicos com Vacinas


LINKS:




domingo, 7 de junho de 2020


Situação Mundial da Doença por Coronavírus-19


Organização Mundial da Saúde
COVID-19 Map - Johns Hopkins Coronavirus Resource Center


A Organização mundial da saúde disponibiliza dados atualizados sobre a situação mundial da doença por coronavírus-19 (COVID-19). Diferente de outras fontes de dados, estão disponíveis dados de morbidade (número de casos por milhão de habitantes) e de mortalidade (número de óbitos por milhão de habitantes)


Morbidade

Para checar dados de morbidade atualizados em tempo real, clicar sequencialmente nas abas:

    Overview → Cases → Total per million population

Imagem obtida hoje (07/06/2020):




Mortalidade

Para checar dados de mortalidade atualizados em tempo real, clicar sequencialmente nas abas:

    Overview → Death → Total per million population

Imagem obtida hoje (07/06/2020):


Os mesmos dados podem ver observados de forma comparativa na página COVID-19 Map - Johns Hopkins Coronavirus Resource Center


Mortalidade

Para checar dados de mortalidade atualizados em tempo real, clicar sequencialmente nas abas:

    Critical trends → Mortality Analyses / How does mortality differ across countries? population

Imagem obtida hoje (07/06/2020):



Para checar número absoluto de casos novos notificados por dia



Ambos os sites são interativos e permitem avaliação de tendências ao longo do tempo.















segunda-feira, 4 de maio de 2020

 

Redução do número de casos novos e óbitos notificados por COVID-19 no Brasil


FONTE: Ministério da Saúde do Brasil


Os dados veiculados hoje pelo Ministério da Saúde mostraram redução do numero de casos novos de COVID-19 notificados por três dias consecutivos, voltando a subir no quarto, e do número de óbitos por COVID-19 por seis dias consecutivos.(dados corrigidos no final do dia)

GRÁFICO 1 - Casos novos de COVID-19 por data de confirmação


GRÁFICO 2 - Óbitos por COVID-19 por data de confirmação

 





sexta-feira, 1 de maio de 2020



O Estado de São Paulo dispõe de 42 laboratórios autorizados para realização de Teste molecular para diagnóstico de COVID-19, dois estão em São Carlos

FONTES: G1 - 24/04/2020 e VIGEP São Carlos


Foto: Laboratório de Bioquímica e Genética Aplicada da UFSCar

O estado de São Paulo contava com 42 laboratórios habilitados para a realização de testes do coronavírus até dia 23 de abril, de acordo com o Instituto Butantan.

Todos os laboratórios são credenciados pelo Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, e a Plataforma para Diagnóstico de Coronavírus em São Paulo é coordenada pelo Instituto Butantan.

Dentro da lista temos dois laboratórios de São Carlos, sendo um público, o Laboratório de Bioquímica e Genética Aplicada da UFSCar, e um privado, o Laboratório DNA Consult Genética e Biotecnologia Ltda.

Outro laboratório público de São Carlos está em fase de credenciamento.


terça-feira, 28 de abril de 2020

sábado, 18 de abril de 2020

Doença por Novo Coronavírus 19 no Estado de São Paulo
Evolução de 17 de março a 16 de abril de 2020


I - Distribuição de casos confirmados


Até 17/03/2020 o estado de São Paulo computava 164 casos confirmados de COVID-19. Após 30 dias, em 16/04/2020, o estado computa 11.568 casos.




II - Óbitos





FONTE: SIVEP-Gripe, RedCap e e-SUS VE, acesso em 16/04/2020 (sujeito a alteração)
Link: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-respiratoria/coronavirus/coronavirus160420_50situacao_epidemiologica.pdf

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Doença por Novo Coronavírus 19 no Estado de São Paulo

De 03 a 8 de abril de 2020

I - Distribuição de casos confirmados



II - Óbitos





FONTE: SIVEP-Gripe, RedCap e e-SUS VE, acesso em 08/04/2020 (sujeito a alteração)





quinta-feira, 2 de abril de 2020

Doença por Novo Coronavírus 19 no Estado de São Paulo - Março e abril de 2020

I - Distribuição de casos confirmados

II - Óbitos



FONTE: SIVEP-Gripe, RedCap e e-SUS VE, acesso em 02/04/2020 (sujeito à alteração)



quarta-feira, 1 de abril de 2020




NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020

 ORIENTAÇÕES PARA SERVIÇOS DE SAÚDE: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE QUE DEVEM SER ADOTADAS DURANTE A ASSISTÊNCIA AOS CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2).

 (atualizada em 31/03/2020)



Nota Técnica da ANVISA onde são abordadas orientações para os serviços de saúde quanto às medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo as evidências disponíveis, até o dia 31.03.2020. Essas orientações podem ser refinadas e atualizadas à medida que mais informações estiverem disponíveis, já que se trata de um microrganismo novo no mundo. Dessa forma, estas são orientações mínimas que devem ser seguidas por todos os serviços de saúde, mas os profissionais de saúde ou os serviços de saúde brasileiros podem determinar ações de prevenção e controle mais rigorosas que as definidas por este documento, baseando-se em uma avaliação caso a caso. 

Link da Nota completa:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28

quinta-feira, 26 de março de 2020


Evolução e Distribuição Espacial da Doença por Novo Coronavírus 19 no Estado de São Paulo - Fevereiro e março de 2020


FONTE: CVE - SES

I - Casos acumulados de COVID-19, São Paulo, 21 de janeiro a 26 de março de 2020




II - Distribuição Espacial








sábado, 21 de março de 2020

COMO SE PROTEGER DO CORONAVÍRUS EM CASA


FONTES: CDC (2020); HU-UFSCar; Santa Casa de São Carlos

Atualizado em 01/07/2020

1. Limpe suas mãos frequentemente


Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente depois de estar em um local público ou depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar.
Se água e sabão não estiverem prontamente disponíveis, use um desinfetante para as mãos que contenha pelo menos 60% de álcool. Cubra todas as superfícies de suas mãos e esfregue-as juntas até que se sintam secas.

2. Evite tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

3. Evite contato próximo


Dentro de sua casa: 

Evite contato próximo com pessoas doentes.
Se possível, mantenha dois metros entre a pessoa doente e outros membros da família.

Fora de sua casa: 

Mantenha dois metros de distância entre você e as pessoas que não moram em sua casa.
Lembre-se de que algumas pessoas sem sintomas podem espalhar vírus.
Fique a pelo menos dois metros de outras pessoas.
Manter distância de outras pessoas é especialmente importante para pessoas com maior risco de ficarem muito doentes.

4. Monitore sua saúde diariamente:


Esteja alerta para os sintomas. Observe febre, tosse, falta de ar ou outros sintomas do COVID-19.
Especialmente importante se você estiver executando tarefas essenciais, indo para o escritório ou local de trabalho e em locais onde pode ser difícil manter uma distância física de 2 metros.

Meça a sua temperatura se os sintomas se desenvolverem.
Não meça sua temperatura dentro de 30 minutos após o exercício ou após tomar medicamentos que possam diminuir sua temperatura, como a dipirona.

Em caso de :

A) Sintomas gripais (febre, ou tosse, ou dor de garganta, ou coriza, ou alteração de olfato, paladar, etc) - procurar as seguintes unidades básicas para avaliação médica e RT-PCR em nasofaringe:
  • UBS SANTA FELÍCIA
  • UBS ARACY
  • UBS SÃO JOSÉ
  • UBS REDENÇÃO
  • UBS Vila Isabel
B) Em caso de falta de ar ou cansaço, dirija-se a uma das 3 UPAS, ao HU-UFSCar ou à Santa Casa. Todos os locais são porta aberta para COVID-19. Não é necessário encaminhamento. 

Em caso de dúvida:

  • DISQUE CORONAVÍRUS 3509-1234 (segunda à segunda das 07:00 às 16:00)
  • ALÔ HU 3509-2498 (segunda à sexta das 08:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00)

5. Proteger em caso de tosse ou espirro




Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel quando tossir ou espirrar ou usar a parte interna do cotovelo.
Jogue tecidos usados no lixo.
Lave imediatamente as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se sabão e água não estiverem prontamente disponíveis, limpe as mãos com um desinfetante para as mãos que contenha pelo menos 60% de álcool.

6. Cubra a boca e o nariz com uma máscara caseira quando estiver perto de outras pessoas


Você pode espalhar o COVID-19 para outras pessoas, mesmo que não se sinta doente. A máscara caseira de pano de destina a proteger outras pessoas, caso você esteja infectado.
Todos devem usar uma capa de pano em locais públicos e perto de pessoas que não moram em sua casa, especialmente quando outras medidas de distanciamento social são difíceis de manter.
As máscaras caseiras não devem ser colocadas em crianças menores de 2 anos, em pessoas com problemas respiratórios ou inconscientes, incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sem assistência.
NÃO use uma máscara destinada a um profissional de saúde. Atualmente, as máscaras cirúrgicas e as máscaras N95 são suprimentos essenciais que devem ser reservados para os profissionais de saúde e outros socorristas.
Continue mantendo cerca de 1,80 m entre você e os outros. A máscara caseira não substitui o distanciamento social.


7. Limpe e desinfete


Limpe e desinfecte as superfícies frequentemente tocadas diariamente. Isso inclui mesas, maçanetas, interruptores de luz, bancadas, pegas, mesas, telefones, teclados, banheiros, torneiras e pias.
Se as superfícies estiverem sujas, limpe-as: Use detergente ou sabão e água antes da desinfecção.

Para desinfetar:

Os desinfetantes domésticos mais comuns funcionarão. Use desinfetantes apropriados para a superfície.As opções incluem:

Diluindo o alvejante doméstico (água sanitária, Candida, Q'Boa, etc)

Para fazer uma solução de água sanitária, misture:
A) 5 colheres de sopa (1/3 de xícara) de água sanitária por galão de água (aproximadamente 4 litros)
OU
B) 4 colheres de chá de água sanitária por litro de água

Siga as instruções do fabricante para aplicação e ventilação adequada. Verifique para garantir que o produto ainda não seja vencido. Nunca misture alvejante doméstico com amônia ou qualquer outro limpador. O alvejante doméstico não vencido será eficaz contra os coronavírus quando adequadamente diluído.

C) Soluções de álcool.

Verifique se a solução possui pelo menos 70% de álcool.


Lista de outras opções de desinfetantes do EPA Agency. https://www.epa.gov/pesticide-registration/list-n-disinfectants-use-against-sars-cov-2

FONTES:
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/prepare/prevention.html
https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19?search=coronavirus%20disinfection%20alvohol%20cloride&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1#H64224879

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020


Surto de Infecção por Novo Coronavírus (2019-nCoV)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que surto de infecção por novo coronavírus (2019-nCoV), iniciado em Wuhan, China, em 31 de dezembro de 2019 é uma emergência internacional de saúde pública. A declaração foi dada no dia 30 de janeiro de 2020. A primeira morte relatada fora da China foi nas Filipinas. O paciente teve contato próximo com o primeiro paciente confirmado nas Filipinas.
A OMS tem trabalhado em colaboração com especialistas, governos e parceiros no mundo todo para expandir rapidamente o conhecimento científico sobre esse novo vírus, rastrear a disseminação e virulência do vírus e fornecer conselhos a países e indivíduos sobre medidas para proteger a saúde e impedir a disseminação deste surto.
Os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). Um novo coronavírus (nCoV) é uma nova cepa que não foi previamente identificada em humanos.
Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos entre animais e pessoas. Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de gatos da cidade para humanos e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos. Vários coronavírus conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos.
Sinais comuns da infecção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias. Em casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e até morte.
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, o Ministério da Saúde do Brasil tem recomendado medidas gerais de prevenção, como realizar frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir alimentos, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Além disso, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, manter os ambientes bem ventilados, evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.
As recomendações padrão da Organização Mundial da Saúde para impedir a propagação da infecção incluem lavagem regular das mãos, cobertura de boca e nariz ao tossir e espirrar, cozinhar bem a carne e os ovos e evitar contato próximo com qualquer pessoa que apresente sintomas de doenças respiratórias, como tosse e espirros.
A figura 1 Mostra a distribuição atual dos casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus (2019-nCoV). A evolução da epidemia pode ser acompanhada em tempo real no site do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos (https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6).

FIGURA 1 - Países, territórios ou áreas com casos confirmados notificados de infecção pelo novo coronavírus, atualizados até 2 de fevereiro de 2020

Fontes:
1 - Organização Mundial da Saúde: https://www.who.int/



segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Caso confirmado de febre hemorrágica por arenavírus no estado de São Paulo


Em 17 de janeiro de 2020, a Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu, às 14h08, a notificação de um caso confirmado para o gênero Mammarenavirus, com aproximadamente 90% de similaridade com a espécie Sabiá. Trata-se de um indivíduo adulto, procedente de Sorocaba/SP.

O relato encaminhado ao Ministério da Saúde apresentou a seguinte descrição: paciente iniciou sinais e sintomas em 30/12/2019, com quadro de odinofagia, dor epigástrica, associado com náuseas, vertigem, xerostomia e mialgias. Evoluiu com mialgia em membros, seguida de dispneia, febre
alta (39 C), sonolência, hipotensão, confusão mental, conjuntivite bilateral, exantema difuso, agitação psicomotora, manifestação hemorrágica, rebaixamento de nível de consciência, falência multissistêmica com evolução para óbito em 11/01/2020.

 Entre o início dos sintomas e o óbito, o paciente foi atendido por pelo menos três estabelecimentos de saúde entre os municípios de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo, sendo o último o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). 
Nos exames complementares observou-se: intensa leucopenia, leve plaquetopenia, níveis elevados de creatinofosfoquinase, bilirrubina e aminotransferases (transaminases), tempo de protombina (TP)
normal e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) alterado.
O resultado da metagenômica viral realizada pela equipe do Laboratório de Técnicas Especiais – LATE do Hospital Israelita Albert Einstein identificou um novo vírus do gênero Mammarenavírus, da família Arenaviridae, ainda sem espécie definida (genbank: MN956773 e MN956774). Posteriormente, o Laboratório de Investigação Médica do HCFMUSP também confirmou o
mesmo agente através de metagenômica viral e o Instituto Adolfo Lutz após amplificação de RNA viral por RT-PCR.

O último relato de caso de febre hemorrágica brasileira foi há mais de 20 anos. Nesse período, foram quatro casos em humanos, sendo três casos adquiridos em ambiente silvestre no estado de São Paulo e um por infecção em ambiente laboratorial, no Pará. A doença é considerada extremamente rara e de alta letalidade, e o tratamento é sintomático e suporte de vida..

O período de incubação da doença é longo (em média de 7 a 21 dias) e se inicia com febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução da doença pode haver comprometimento neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão).

Durante seu atendimento foram realizados exames para identificação de doenças, como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. Contudo, os resultados foram negativos para essas doenças. Foram realizados exames complementares no Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein que identificou o arenavírus, causador da febre hemorrágica brasileira. Esse resultado foi confirmado pelo Laboratório de Investigação Médica do Instituto de Medicina Tropical do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Instituto Adolfo Lutz.

Além disso, a SVS/MS já comunicou o fato à Organização Mundial de Saúde e à Organização Pan-americana de Saúde (OMS/OPAS), conforme protocolos internacionais estabelecidos.

SITUAÇÃO ATUAL

Neste momento, não está confirmada a origem da contaminação do paciente. O que se sabe é que as pessoas contraem a doença possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. A transmissão dos arenavírus de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de proteção, por meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções ou excreções.

Os funcionários dos hospitais por onde o paciente passou estão sendo monitorados, e avaliados, assim como os familiares do caso confirmado em São Paulo.


FONTEs: Boletim Epidemiológico e Agência Saúde (Ministério da Saúde)
LINKS: 



Campanha Mundial de Combate á Hanseníase



 28/01/2020 às 14:00 - Auditório do Paço Municipal
 - Palestra: Hanseníase no Atendimento Primário do SUS. Dr.a Lorena Carla Oliveira da Costa
 - Palestra: Teste de Sensibilidade e Coleta de Baciloscopia. Enfermeira Fabiana Sayuri Tanikawa