terça-feira, 30 de abril de 2019


Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil


Publicada segunda edição do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, do Ministério da Saúde. O Brasil está entre os 30 países de alta carga para tuberculose e coinfecção HIV-tuberculose considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde para o controle da doença no mundo. Em 2017, o número de casos notificados foi de 72.770 e os coeficientes de incidência variaram de 10 a 75 casos por 100 mil habitantes entre as Unidades Federadas. O percentual de sucesso de tratamento de casos novos com confirmação laboratorial é de cerca de 75%, havendo cerca de 11% de abandono de tratamento. Dos casos de TB notificados, 9,5% são coinfectados por HIV. O coeficiente de mortalidade é de cerca de 2,2 óbitos por 100.000 habitantes. 

Em 2017, foram diagnosticados e acompanhados no Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB) 246 casos novos de monorresistência, 80 de polirresistência, 713 de multidrogarresistência ou resistência à rifampicina e 2 casos de resistência extensiva.

O Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose baseia-se em estratégias de prevenção e cuidado do paciente, de políticas próprias com sistema de informação, garantia de ações e insumos, e intensificação da pesquisa e inovação.

Dentre as estratégias de prevenção e cuidado, figuram:

1. Diagnosticar precocemente todas as formas de tuberculose, com oferta universal de cultura e teste de sensibilidade, incluindo o uso de testes rápidos moleculares.
2. Tratar de forma adequada e oportuna todos os casos diagnosticados de tuberculose visando à integralidade do cuidado.
3. Intensificar as atividades colaborativas TB-HIV, que inclui, dentre outras ações:
  • Oferecer testagem para HIV a todas as pessoas com tuberculose
  • Realizar rastreamento da tuberculose em todas as visitas da pessoa vivendo com HIV aos serviços de saúde;
  • Diagnosticar e tratar a infecção latente da tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids;
  • Iniciar de forma oportuna a terapia antirretroviral (TARV)
4. Intensificar as ações de prevenção

O TRM-TB (TRM-TB, GeneXpert®) está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. As figuras 1, 2 e 3 apresentam os algoritmos de investigação de tuberculose pulmonar e laríngea utilizando os testes moleculares.

FIGURA 1 - Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes



FIGURA 2 - Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes de populações com maior vulnerabilidade



FIGURA 3 - Algoritmo diagnóstico de casos para casos de retratamento de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes



Nas novas recomendações de tratamento, liberado ajuste da dose de tuberculostáticos para pacientes acima de 70 Kg (Tabela 1). Também volta a ter disponibilidade tanto de comprimidos RHZE (150/75/400/275), RH (150/75), como RH (300/150):


quinta-feira, 25 de abril de 2019



BIOTEC EM FOCO de Abril - Arboviroses: desafios da atualidade!

Palestra quinta-feira às 19:00, no AT7, sala 166

Vagas limitadas. Inscrições: bit.ly/BiotecFocoAbril

Profª Dra. Sigrid De Sousa dos Santos
Departamento de Medicina da UFSCar São Carlos
Liga de Infectologia da UFSCar (LINFU)

sábado, 20 de abril de 2019


Sífilis no Brasil - 2018


A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde. No Brasil, de 2010 a 2017 a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 3,6 vezes, passando de 2,4 para 8,6 casos por mil nascidos vivos, e a taxa de detecção de sífilis em gestantes aumentou 4,9 vezes, passando de 3,5 para 17,2 casos por mil nascidos vivos. A sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 2,0 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 58,1 casos por 100 mil habitantes em 2017 (Figura 1). 

FIGURA 1. Taxa de detecção de sífilis adquirida, taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 100.000 habitantes), segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2017

FONTE: SINAN

A crescente prevalência da sífilis vem paralela a uma baixa e minguante prevalência do uso de preservativo em jovens. Em 2015, pesquisa transversal em jovens universitários detectou baixa prevalência do uso de preservativo na última relação sexual, sendo de 34,9% no sexo feminino e de 47,9% no sexo masculino (https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n4/1255-1266/pt/#). Em 2005, outro estudo realizado em população universitária do sul do país havia encontrado prevalência de 61,4% de uso de preservativo na última relação (Costa LC, Rosa MI, Battisti IDE. Prevalência e fatores associados ao uso de preservativos masculinos entre universitários no Sul do Brasil. Cad Saude Publica 2009).
Em 2003, pesquisa semelhante encontrou 60% de prevalência de uso de preservativo na última relação sexual entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos da população geral de ambos os sexos (Calazans G, Araujo TW, Venturi G, Ivan França J. Factors associated with condom use among youth aged 15–24 years in Brazil in 2003. AIDS 2005; 19(Supl. 4):S42-S50).
Em 2002, em estudo realizado entre jovens de três capitais brasileiras, de 18 a 24 anos, o uso de preservativo na última relação foi de 38,8% para o sexo feminino e 56,0% para o sexo masculino (Teixeira A, Knauth DR, Fachel JMG, Leal AF. Adolescentes e uso de preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e na última relação sexual. Cad Saude Publica 2006; 22(7):1385-1396.) 


FONTES: