Fatores Associados ao diagnostico de infecções sexualmente transmissiveis e HIV em população predominantemente universitária no Brasil
Research Article
[Factors associated with sexually transmitted infection/HIV diagnosis among a predominantly university population in Brazil]
1. Nursing Department, Universidade Federal de São Carlos Center of Biological Sciences and Health, São Carlos, Brazil
2. Department of Medicine, Universidade Federal de São Carlos Center of Biological Sciences and Health, São Carlos, Brazil
3. São Carlos Chronic Infection Care Center, São Carlos, Brazil
Resumo
No Brasil, o aumento da prevalência da infecção pelo HIV em jovens torna fundamental o conhecimento de sua distribuição nas comunidades universitárias. Neste estudo transversal, avaliamos o impacto das campanhas de testagem para DST / HIV nos campi universitários de 2013 a 2017. Os participantes participaram de testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C e sessões de aconselhamento. No total, 2.691 pessoas participaram das campanhas. Destes, 79,4% eram solteiros e 50,3% mulheres. A mediana de idade foi de 24 anos e 77,9% dos participantes tinham ≥12 anos de educação formal. A maioria relatou ter feito sexo desprotegido no último ano (87,4%). As taxas de positividade para HIV, sífilis, vírus da hepatite B e vírus da hepatite C foram 0,56%, 1,20%, 0,19% e 0,11%, respectivamente. As características associadas à infecção pelo HIV foram ser homens que fazem sexo com homens (HSH) (aOR = 12,06; IC 95% = 3,83–37,99) e ter <12 anos de escolaridade (aOR = 3,28; IC 95% = 1,03–10,38) . Os fatores associados à soropositividade para sífilis foram idade avançada (aOR = 1,06; IC 95% = 1,03–1,09), múltiplos parceiros (aOR = 2,44; IC 95% = 1,08–5,50) e HSH (aOR = 5,40; IC 95% = 2,49-11,72). A positividade para hepatite B tendeu a diminuir com os anos de teste (p = 0,023) e para hepatite C a aumentar com a idade (p = 0,035). Nosso estudo observou uma alta vulnerabilidade à infecção por HIV e sífilis em uma comunidade universitária, que precisa de uma estratégia de prevenção precoce, incluindo testes regulares, educação sexual continuada, fácil acesso a preservativos e profilaxia pré e pós-exposição ao HIV.